sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Quem manda no CIO?

Tão antiga quanto a profissão de CIO é a pergunta de a quem eles devam se reportar. Hoje a resposta deveria ser a quem trate exclusivamente de questões ligadas ao desempenho estratégico da empresa. Portanto, ao CEO ou ao COO.
Por Al Kuber, CIO/ EUA

O que é um CIO de verdade e a quem esse profissional deve se reportar? Pessoalmente, tenho uma opinião e não farei mistério a seu respeito.

A sigla CIO significa Chief Information Officer. Tal qual seus colegas, também C-levels, é uma posição de cunho estratégico e deve se reportar ao CEO (Chief Executive Officer) ou ao COO (Chies Operations Officer).

De onde vem essa convicção? Garanto que não tem nenhuma relação com a questão de status, de hierarquia. O motivo é a natureza das atribuições e do poder que a tecnologia tem nas empresas. Ela é, literalmente, capaz de catapultar o faturamento para as nuvens, ou afundar a companhia. Por esse motivo, creio que o CIO não deva se reportar a ninguém mais que não trate exclusivamente de questões ligadas ao desempenho estratégico da empresa.

Há outros motivos igualmente relevantes que me levam a acreditar que o CIO deva se reportar ao CEO ou ao COO. Entre eles:

1. Por que não ao CFO?

CFOs (Chief Financial Officers) são, por natureza, seres avessos a riscos. Afinal de contas, sua atribuição é proteger a companhia de perdas. Com foco em operações de curto prazo e atenção principal voltada aos processos, são muito diferentes dos corajosos CIOs, sempre dispostos a enfrentar riscos calculados.

As mudanças que um CIO propõe são fartas em riscos. Muitas vezes, são alterações que irão surtir efeito em longo prazo e têm um grau de ineditismo forte. Se um CIO se reportar ao CFO, a TI passará a funcionar de forma predominantemente conservadora. Por um determinado período, tal conservadorismo poderá ser interessante para algumas empresas, mas não é esperado que continue assim por muito tempo. Um ritmo de trabalho conservador irá atrapalhar a função essencial da TI – competir e criar vantagens competitivas frente a concorrência.

2. CEOs devem entender o valor da TI

Os efeitos de projetos estratégicos de TI são profundos na empresa. Tal peso faz da tecnologia da informação um assunto que o CEO deve conhecer com relativa profundidade.

Essa circunstância obriga os CEOs e os CIOs a formarem uma aliança de raízes profundas. Ambos devem estar atentos às estratégias mais importantes para a organização.

3. CIOs devem ser integrados às operações comercias

Entre os executivos, o CEO e o COO são diretamente responsáveis pelos resultados da empresa. Naturalmente, os CEOs querem que a TI seja um departamento que agregue valor aos negócios, o que reforça a necessidade do CIO estar inserido e devidamente brifado acerca do alinhamento estratégico. Se o CIO se reportar ao CFO, perderá essa proximidade com os níveis mais relevantes da companhia.

4. Reportar-se ao CEO gera maior influência na organização

Com a TI em uma posição estratégica dentro da empresa, é melhor que o CIO se reporte ao CEO, pois as decisões do colega serão transmitidas para todos os níveis da organização. Bastará que as outras instâncias percebam a proximidade entre os executivos para adotarem suas instruções de forma rápida. Essa questão, de influência sobre a organização se reflete na percepção que os outros colaboradores têm na empresa sobre o status do executivo e o peso de suas decisões.

É comum que decisões com influência cultural na empresa encontrem resistência na organização. Portanto, a aliança entre os CIOs e CEOs é de fundamental importância para viabilizar as mudanças anunciadas na TI.

5. O suporte do CEO é imbatível

Cada vez mais, os CEOs convidam a TI para incrementar o desempenho da empresa com base em soluções tecnológicas. Esse apoio não será encontrado em outra parte da empresa que não no escritório do Chief Executive Officer.

6. O que, afinal de contas, é um CIO de verdade?

Se acredita que a discussão possa ser encerrada neste momento, sugiro que continue lendo, pois existem mais colocações relevantes sobre o tema.

Nem sempre a interface de contato entre o CIO será o CEO. Existem ocasiões que demandam por outras vias de comunicação. Tal circunstância é vinculada às qualificações do CIO e à percepção do CEO acerca do que é um executivo chefe.

Ocorre que a capacidade do CIO não pode ser reduzida aos aspectos técnicos. O verdadeiro CIO deve ter raciocínio proativo e dispor de qualidades de liderança, comunicação e persuasão. Em outras palavras, deve ter tino comercial aguçado e conseguir transmitir aos acionistas as informações que lhes garantam sossego e a noção de estarem em boas mãos no que se refere à gestão dos negócios da organização.

Qualquer CIO que não disponha dessas qualidades deve se reportar a outro executivo, e não ao CEO. A incapacidade de converter estratégias da corporação em prática na TI merece outros títulos, como diretor de TI. Com orientação fortemente orientada à técnica, não se pode esperar desse profissionais que compreendam todos os aspectos dos negócios, ou que se mobilizem na elaboração das iniciativas de cunho estratégico.

Atualmente, percebem-se cada vez mais CIOs devidamente capacitados para agir dentro da esfera dos negócios e, muitas vezes, por experiência própria, no cumprimento de atribuições comerciais. É o caso do CIO de uma grande empresa que responde também pela administração de uma cadeia de fornecedores dentro da empresa. Em outro caso, um CIO também responde por arquitetura da cadeia de distribuição. Eles são CIO com capacidade de liderança, comunicação e persuasão.

Fonte: CIO Insider

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