Você não tem que escolher entre ser uma líder de tecnologia e uma mulher, declaram as CIOs de algumas das organizações mais poderosas do mundo
Karenann Terrell, CIO do Wal-Mart nos Estados Unidos, não é uma formidável mulher CIO. Ela é uma formidável CIO, que também é uma mulher. Enquanto ela e algumas colegas líderes de TI falaram para cerca de 500 participantes em um evento no Michigan sobre mulheres na liderança da TI, nesta semana, elas promoveram algo ainda muito raro – fazer com que o sexo feminino se sinta confortáel em sua pele como uma mulher e uma líder de TI.
Terrell veio para compartilhar sua sabedoria na gestão de talentos de tecnologia em um painel sobre liderança em que eu era moderadora. Além disso, estava companhada por Kim Hammonds, CIO da The Boeing Company, Sheila Jordan, vice-presidente sênior de comunicação e colaboração de TI da Cisco Systems; Bridget A. Van Kralingen, vice-presidente sênior da IBM Global Business Services, e David Behen, CIO para o estado de Michigan.
"Quando olhei para uma plateia de cerca de 500 pessoas, com pelo menos dois terços do sexo feminino, e vi pessoas ansiosas para ajudar umas às outras a impulsionarem suas carreiras para a frente e encorajar as moças a estudar ciências e matemática eu me senti inspirada. Talvez as palestrantes se sentiram inspiradas também – porque compartilham com o público as pressões e obstáculos que muitas vezes as mulheres passam na tecnologia.
Durante anos, as mulheres em tecnologia, e em muitas outras profissões, foram treinadas para minimizar o fato de serem mulheres. Terrell e seus colegas de painel incentivaram diretamente as mulheres a abandonar essa noção."
"Eu sou uma mulher", Terrell disse, "e isso nunca vai mudar". Equilíbrio entre trabalho e vida é um “mito criado para nos fazer sentir um pouco culpados”, disse Jordan da Cisco a todos. Você vai se sentir algumas pressões únicas, afirmou Boeing da Hammonds. Você vai enfrentar algumas dificuldades, comentou Van Kralingen da IBM. Mas você não tem que fingir que não é uma mulher, ou que essas realidades não existem.
Por exemplo, muitas vezes as mulheres ainda enfrentam mais pressão para serem mães “padrão” na família, se você está falando sobre filhos ou pais idosos. É um dos motivos que levam as mulheres intencionalmente a saírem de treinamentos de carreira, bem como o número de candidatas para posições de topo diminui quanto mais alto você subir. (Há outras razões, é claro.)
“As questões das mulheres na tecnologia são diferentes das questões dos homens em tecnologia”, Terrell disse à plateia. “Até nós realmente olharmos para isso e dizermos que a progressão e a retenção das mulheres são diferentes – nós não gostamos de dizer isso como mulheres … nós não gostamos de chamar disso, pois o que preferimos dizer é que estamos tentando reter todas as mulheres nas empresas".
“Tudo bem olhar para as mulheres como mães e cuidadoras primárias com flexibilidade”, Terrell continuou. “E quando você faz um ambiente flexível, se torna bom para todos.”
Terrell compartilhou pensamentos que ela defende e pelos desenvolve outras mulheres em sua organização, por exemplo, a criação de ferramentas de retenção, como círculos de orientação onde as mulheres podem ter junto com 20 colegas dentro da Wal-Mart.
Uma participante da plateia destacou durante a sessão de perguntas que as mulheres tradicionalmente não tinham fortes modelos femininos em TI. E isso não ajuda com a retenção. Como ela mesma contou sobre si, ela é uma minoria, e é do sexo feminino, e não vê muita gente que se parece com ela quando olha topo de sua companhia.
Hammonds, da Boeing, aconselhou a não se concentrar em ser a única mulher na sala.
“Eu acho que é realmente importante para se concentrar nos resultados , nos retornos e em como você está fazendo o trabalho”, comentou Hammonds. “Isso é o que as pessoas vão olhar… e eu acho que é importante encontrar modelos quando você olhar para cima. Mas às vezes você vai olhar para cima, e não vai ver ninguém lá. Você apenas tem que seguir firme e ter foco. ”
Hammonds começou sua carreira na Ford do lado da engenharia. Estava trabalhando em sistemas de chassis, conta, quando um mentor a incentivou a dar um salto para a TI. Ela o fez, e então foi para posições de TI na Dell e na Boeing, antes a Boeing havia a elevado a CIO. Hammonds não está falando no sentido teórico, quando ela compartilha este conselho.
“Eu cresci em um lugar onde eu me lembro de estar em reuniões de engenharia e de ser a única mulher”, relatou alguém da plateia. “Eu me identifico com o que você está dizendo e eu não encarei isso com negatividade – você tem que transformar isso em uma oportunidade e avançar com ela.”
E que estar ali é é estar confortável em seus próprios sapatos como uma mulher em TI. Hammonds não fingiu que era uma tarefa fácil, mas representa um modelo para todas de que isso pode ser feito. No caso de Hammonds “os sapatos têm saltos altos e eles cabem nela”.
Hammonds também argumentou que apoiar os membros de sua equipe, homem ou mulher, em situações delicadas da vida como cuidar de um pai doente não é apenas uma ferramenta de retenção de talentos, é a coisa certa a se fazer.
Todos as palestrantes demonstraram muito empenho para tentarem atrair mais mulheres para as carreiras de TI – como Terrell explica, os EUA simplesmente terão de fazer isso se quiserem permanecer competitivos globalmente. Essa retenção de talento é necessária. E também é uma missão da MCWT, grupo organizador do evento.
Terrell tem estudado esta questão em profundidade e me disse que há dois momentos o número de meninas que estudam a ciências e a matemática sofrem uma queda dramática: próximo à oitava série, quando o bullying entra em ação, e, mais tarde, a partir de primeiro ano até o último ano de faculdade.
Parte da mudança dessa dinâmica será possível mostrando às mulheres jovens os exemplos como Terrell, Hammonds, Jordan e Van Kralingen – e enfatizando que se pode ser ao mesmo tempo uma líder de TI e uma mulher.
Fonte: InformationWeek
1 comentários:
Capacidade,aprender, vontade de trabalhar é inerente as pessoas e não as pessoas de sexo diferente. Parabéns pela reportagem e texto. Que bom que o ser humano evolui!
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