Com surgimento de novos postos e descentralização dos gastos, executivos de TI precisarão se reinventar
Dados do Gartner mostram que, até 2015, 25% das empresas terão um Chief Digital Officer. A mesma consultoria mostra um forte processo de descentralização dos investimentos em tecnologia. Cada vez mais, departamentos como marketing e finanças compram soluções sem o antigo processo e aconselhamento da TI, dentro de um movimento propiciado pela nuvem e que só tem a crescer. Toda essa transformação prenuncia a era da informação, do conhecimento. E, diante de tal situação, como fica o papel do CIO?
Acostumados a mudanças, os executivos de TI que antes eram cobrados por eficiência e processos integrados passam – e não é de hoje, na verdade – a ser convidados a investirem mais e melhor em soluções emergentes, em inovar com foco no negócio fim, olhando o movimento causado pelo cliente e, sobretudo, em simplificar as infraestruturas e as interfaces.
A era da informação impacta, na verdade, toda a empresa, embora venha acelerar a transformação do departamento de TI. Só para suportar Big Data, como frisou Peter Sondergaard, do Gartner, durante abertura do Gartner Symposium 2012, em São Paulo, serão criados 4,4 milhões de empregos. Mas que tipo de profissional será selecionado para essa atividade? Se hoje CIOs e indústria já enfrentam dificuldades em encontrar bons profissionais, imagine o desafio quando se adiciona a necessidade novas habilidades.
É preciso questionar, inclusive, se esses novos cargos farão parte dos quadros da TI. O CIO precisa se preparar para esse momento da economia que transforma o negócio completamente e onde todo orçamento, como salienta Sondergaard, passa a ser um orçamento de TI. O executivo de tecnologia precisará mudar seu olhar sob a governança e trabalhar por um novo modelo de integração. Tendências como social, nuvem, mobilidade e informação só aceleram a economia da informação, é como se fosse criado um novo layer no campo econômico desafiando seriamente o departamento de TI e todos os provedores de tecnologia.
Com a tecnologia sendo comprada e implantada por todos os departamentos, caberá ao CIO, ou estrategista de TI, ou qualquer nome que seja dado ao futuro executivo de TI, trabalhar na nova integração e ajudar a corporação a realmente tirar proveito dessa era da informação que envolve análise de dados estruturados, não estruturados e o que o especialista do Gartner chama de dados escuros, ou seja, informações já coletadas, mas não utilizadas. “Se olhar em todas as indústrias, o gasto com tecnologia aumenta fora da TI. E isso muda o fundamento do negócio, cria novos modelos, muda o padrão que vinha sendo assistido”, ressalta Sondergaard.
Parece engraçado ouvir alguém dizer que o CIO – que tem a informação na sigla de seu cargo – está sendo desafiado pela economia da informação. Mas boa parte do que acontece está ligado ao fato de o departamento, muitas vezes, se fechar para o novo mundo. Centrados em grandes projetos, em manter o negócio rodando e pautados por regras rígidas de governança, o gestor de TI acaba por sacrificar sua própria evolução profissional.
Ninguém diz que o CIO não inova ou não investe em tecnologia emergente por não querer, mas, as vezes, a falta de arrojo compromete a imagem de um departamento do qual as pessoas esperam novas ideias e de onde, no passado, vinha toda a novidade tecnológica. “Seu papel está mudando, TI precisa de relacionamento colaborativo com marketing, RH, P&D para tudo funcionar”, sacramenta Cassio Dreyfus, frisando a necessidade da interação da TI com as demais áreas da companhia.
Fonte: InformationWeek
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